Estrutura do conhecimento em comunidades coletoras de castanha do Brasil na Amazônia

Abstract

Este artigo tem por objetivo compreender a construção e estrutura do conhecimento em comunidades coletoras de Castanha-do-Brasil localizadas em duas Unidades de Conservação do tipo Florestas Nacionais (FLONA), FLONA Mapiá-Inauiní e FLONA Purus, no estado do Amazonas, Brasil. Adotou-se uma abordagem exploratória, mediante o emprego de procedimentos qualitativos e quantitativos nas análises. Os resultados indicam que os conhecimentos tácitos dos coletores de Castanha-do-Pará influenciam na forma como eles percebem os problemas e as oportunidades de seu ambiente de atuação e determinam, também, processos de socialização do conhecimento. O conhecimento tácito os habilita no “como fazer” as atividades de coleta. Porém nem todos sabem a razão pelo qual executam determinadas atividades de uma determinada maneira. O estudo demonstrou que não estão acontecendo processos de construção de saberes relevantes a partir de interações comunitárias, nem do compartilhamento de saberes técnico-cientifico exógenos. A estruturação desse processo evidenciou os possíveis níveis de intervenção que o Estado poderia realizar ao contatar e instruir esses grupos de coletores extrativistas quanto à sua atividade laboral.