Author:
Da Silva Francisco André,De Mello Ivana Suely Paiva Bezerra
Abstract
A transexualidade é atualmente definida como o desejo persistente de viver e ser aceito como uma pessoa do sexo oposto. Essas pessoas podem apresentam enorme sofrimento psíquico por causa de seu sexo anatômico e almejam submeter-se as cirurgias ou tratamentos hormonais para redefinirem seus corpos. Enquanto, a travestilidade é uma vivência de gênero discordante do sexo biológico, em que a pessoa travesti usa vestimentas do gênero oposto chegando a modificar seus corpos, sem a intenção de redefinir sua genitália. Em 2018, o Conselho Federal de Psicologia despatologizou essas identidades, por entendê-las como mais uma expressão da diversidade de gênero e sexual. O objetivo geral deste estudo foi conhecer as opiniões das psicólogas de orientação psicanalítica sobre o processo de despatologização da transexualidade. O presente artigo é derivado de uma pesquisa de campo, qualitativa e quantitativa, tendo como lócus a cidade de João Pessoa-PB. A amostra foi selecionada por conveniência. Foram entrevistadas três psicólogas de orientação Psicanalítica com mais de 10 anos de atuação. As entrevistas foram averiguadas pela Análise de Conteúdo de Bardin e apontaram que todas as psicólogas entrevistadas foram favoráveis ao processo de despatologização das identidades transexuais. Embora ligassem essas identidades a um discurso de vitimização, estas compreendem a experiência dos transgêneros a luz de sua abordagem clínica, como um caminho de constituição subjetiva, sem deixar de levar em consideração as variáveis políticas e sociais na compreensão dos fenômenos do preconceito e discriminação vivenciados pelas pessoas que estão no transito dos gêneros.
Publisher
South Florida Publishing LLC
Reference21 articles.
1. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of mental diseases. 5rd ed. Washington (DC): APA, 2013.
2. ARAN, M. A psicanálise e o dispositivo diferença sexual. Rev.Estud.Fem. Florianópolis, v. 17, n. 3, p. 653-673, dez. 2009. Disponível em: . Acesso: em 13 ago. 2015.
3. BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Edições 70, 2010.
4. CAMINO, Leôncio. Prefácio. In: Fleury, A.R.D.; Torres, A.R.R. Homossexualidade e Preconceito. Curitiba: Juruá, 2010.
5. CECCARELLI, P. R. Transexualidade. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008.