Juventudes, a universidade é para todos? A importância do engagement estudantil no ensino superior, aspectos da realidade para a não evasão

Abstract

Este artigo possui em sua intencionalidade trazer à discussão um tema de muita relevância na contemporaneidade na qual enfrentamos uma redução qualitativa e quantitativa no acesso a Educação. As reduções das políticas públicas, fortemente atingidas por políticas neoliberais impactam, não somente, no processo de ensino e aprendizagem, mas na permanência do estudante na Universidade. Nesse compasso a Educação em nível Superior continua sendo ainda inacessível à juventude pobre e, os poucos que conseguem acessá-la, têm grandes dificuldades em manter-ser, em cumprir a demanda exigida e em concluir o curso com qualidade. Deste modo, intentamos fornecer elementos que auxiliem nas reflexões sobre as complexas relações que se estabelecem entre os jovens pobres e a Universidade, sobretudo, a importância do engagement estudantil para a não evasão. Os apontamentos que apresentamos são oriundos das experiências docentes das autoras em escolas da rede pública de ensino com as Juventudes de ensino médio. Denota-se que o mesmo jovem pobre que possui dificuldades na sua permanência escolar, também encontrará uma dificuldade ainda maior em sua permanência universitária. Desse modo, consideramos engagement estudantil uma ação que possa corroborar com o desempenho integral desse estudante, sendo entendido como um construto de desempenho para a coletividade universitária num todo. Também utilizado como um possível balizador para avaliar o desempenho do ensino e aprendizagem, além de caracterizar sua importância para a condição de manutenção dos estudantes nas universidades. A relação juventude-universidade, a condição docente e a gestão universitária, são consideradas aportes fundamentais do engagement estudantil no ensino superior.