Author:
Freire Amanda Santos Alves,Pereira Geovanna dos Santos,Maia Isabela de Freitas,Santos Rhuan da Silva,Souza Luciana Thais Rangel,Freire Herbert Pina Silva
Abstract
O Brasil, país que é resultado de uma miscigenação étnico-sócio-cultural, ainda é visto como negligente no papel de aceite dessa condição. Historicamente, o povo negro tem sido marginalizado, discriminado e, por vezes, deixado a mercê. No ensino superior, sobretudo na graduação em Medicina, a marginalização dessa população ainda é notória no país, mesmo após a criação de políticas afirmativas. Diante desse cenário, este trabalho objetiva desenvolver uma revisão narrativa da literatura, identificando a produção científica existente sobre as tendências e desafios enfrentados pela população negra no curso supracitado. Para isso, realizou-se uma revisão narrativa da literatura, na qual a busca foi feita nas bases de dados LILACS, PubMed e SciElo, priorizando artigos no idioma inglês e português, publicados entre 2014 e 2023. Observou-se, durante a construção da revisão, que esta população enfrenta uma série de desafios significativos no âmbito da educação básica e superior, refletindo diferenças estruturais profundamente enraizadas. No contexto da graduação em Medicina, curso que foi construído a base de racismo e segregação desde seu surgimento, a representatividade se torna ainda mais escassa, com a sub-representação de estudantes negros e carência de profissionais docentes que pertençam a esse grupo. Aliado a isso, sob uma perspectiva histórica, mais do que barreiras econômicas, as disparidades também perpassam pelo nível de escolaridade, riqueza, rendimento acadêmico e vínculo empregatício, resultando em uma socioeconômica. Assim, abordar esses desafios requer a implementação de políticas inclusivas efetivas, investimentos substanciais e esforços capazes de combater o racismo presente nesse sistema educacional.
Publisher
South Florida Publishing LLC
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