Prevalência de transtornos comportamentais e mentais em mulheres que sofreram violência doméstica e a atuação do profissional de saúde: um estudo de caso em Maringá-PR (2015-2019)

Abstract

A violência contra a mulher é um problema ainda muito presente na sociedade, pautada sobre fundamentos patriarcais, e legitimada pelo discurso machista e misógino que permeia todas as esferas sociais. O presente estudo teve como objetivo analisar os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), a fim de trazer uma reflexão sobre a prevalência de transtornos mentais e comportamentais em vítimas de violência contra a mulher, além de compreender o papel do profissional de saúde no atendimento das vítimas. É uma pesquisa transversal, de abordagem quali-quantitativa. Foi evidenciado o papel do parceiro íntimo como principal autor da violência, e uma prevalência de 9,86% de casos relacionados a pessoas com transtornos psiquiátricos. Vale ressaltar a importância reservada aos profissionais da medicina no enfrentamento da violência. Assim, a ação dos médicos deve ir além das ações curativas, mas se pautar também no acolhimento e prática responsável da notificação epidemiológica, a fim de subsidiar políticas públicas mais efetivas de combate à violência de gênero.