Author:
Tourinho Luciano de Oliveira Souza,Sotero Ana Paula da Silva,Rodriguez Pedro Garrido
Abstract
As dinâmicas migratórias contemporâneas têm ganhado destaque no cenário internacional diante da intensidade dos fluxos migratórios. Destaca-se, em especial, os deslocamentos forçados decorrentes de desastres ambientais, em que as alterações climáticas e a degradação ambiental têm provocado as mobilidades humanas por vulnerabilidade social. Desta feita, a pesquisa busca analisar a interpretação da extensão da condição de refugiado para atender aos deslocados ambientais, que se tornam reféns dos desastres a partir do reconhecimento do Direito Internacional das Catástrofes. No que se refere ao grupo de vulneráveis ambientais, observa-se que a discriminação de gênero afeta, de forma direta, no acesso desigual às políticas migratórias, em um contexto de vulnerabilidade de mulheres e meninas. Nesse desiderato, o presente estudo tem por objetivo analisar a incidência da discriminação de gênero contra as refugiadas ambientais no Brasil, a partir da experiência dos fluxos migratórios ambientais advindos do Haiti. Tal pesquisa se justifica na importância de evidenciar que as práticas discriminatórias de gênero contra meninas e mulheres refugiadas são abalizadas pelo patriarcado e pelo machismo que operam nas sociedades contemporâneas. Sob esse viés, a pesquisa utilizou-se da metodologia bibliográfica e documental, para análise da vulnerabilidade e das práticas discriminatórias de gênero nos contextos migratórios, verificando-se os impactos desse fenômeno em mulheres e meninas refugiadas ambientais. Para tanto, foram utilizadas, as plataformas SCieLo, Google Acadêmico e Scopus, de artigos científicos publicados nas línguas portuguesa, nos últimos trinta anos, envolvendo as temáticas das migrações forçadas, refugiados ambientais e gênero na combinação dos descritores e operadores booleanos and/or.
Publisher
South Florida Publishing LLC
Reference87 articles.
1. ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS REFUGIADOS. Com apoio do ACNUR, governo lança plano de ação para população haitiana no Brasil Atualmente, estima-se que cerca de 161.000 pessoas haitianas vivam em território brasileiro. Publicado em 20 jun. 2023. Disponível em: https://www.acnur.org/portugues/2023/06/20/com-apoio-do-acnur-governo-lanca-plano-de-acao-para-populacao-haitiana-no-brasil/. Acesso em: 04 jun. 2024.
2. ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS REFUGIADOS. Deslocamento forçado atinge novo recorde em 2022, e ACNUR pede ação conjunta. Disponível em: https://www.acnur.org/portugues/2023/06/14/deslocamento-forcado-atinge-novo-recorde-em-2022-e-acnur-pede-acao-conjunta/. Acesso em: 28 abr. 2024.
3. ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS REFUGIADOS. Convenção de Genebra de 1951. Disponível em: https://www.acnur.org/convencion-de-1951. Acesso em: 27 abr. 2024.
4. ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS REFUGIADOS. Declaração de Cartagena de 1984. Disponível em: https://www.acnur.org/fileadmin/
5. Documentos/portugues/BD_Legal/Instrumentos_Internacionais/Declaracao_de_Cartagena.pdf. Acesso em: 04 jun. 2024.