Relação entre diversidade e etnoconhecimento de “raizeiros” sobre plantas medicinais no sul da Amazônia, Brasil

Abstract

Regiões com ampla diversidade vegetal, como o Brasil, torna-se alvo de pesquisas para o conhecimento sobre o potencial fitoterápico das diferentes espécies de plantas. O aproveitamento da diversidade local é de grande importancia tanto medicinal como ecologica. O estudo objetivo relacionar o conhecimento empírico (etnobotânico), dos raizeiros, povos tradicionais do sul da Amazônia com a diversidade local, para determinar se existe uma relação uso-recurso. Utilizaram-se como fontes de pesquisas as entrevistas com dez raizeiros no Município de Alta Floresta, MT, que realizam seus atendimentos em locais adequados, com o método denominado “bola-de-neve” (snow ball). Com a lista gerada a partir das entrevistas realizou-se uma busca de registros de herbário na plataforma speciesLink. Foram citadas 109 espécies botânicas, se destacando a família Lamiaceae, Asteraceae e Fabaceae. Do total, 67% das espécies são consideradas nativas e 30% cultivadas e 3% naturalizadas. Quando confrontados as espécies citadas pelos raizeiros e seu número de registros de herbário, conseguimos observar uma relação positiva, ou seja, as espécies citadas foram as que apresentam muitos registros. A relação uso-recurso nas atividades dos raizeiros se fortalece pela diversidade de espécies existentes no Sul da Amazonia que pela influência do Cerrado fornece ambientes com vegetação dos dois domínios aumentando o leque de possibilidades de espécies.