Indicadores de gastos orçamentários por dimensão Triple Bottom Line e indicadores de gestão pública oficiais: é possível relacioná-los?

Abstract

O orçamento público durante sua execução pode ter alterações em relação ao que foi planejado- não são raras às vezes em que o valor alocado em um grupo de despesas é menor do que a previsão atualizada-, ou que o próprio gestor público pode priorizar outras funções de governo, e isso impacta diretamente nos Indicadores de gestão pública produzidos. A presente pesquisa utilizou Indicadores de Gastos Orçamentários por Dimensão Triple Bottom Line (IDGOy) idealizados e mensurados no estudo de Silva et al. (2024) na Região Metropolitana de Salvador (RMS) e verificou se eles têm ou não relação com os Indicadores de Gestão Pública Oficiais selecionados (IFDM, IBEU e IDCS BR) para os 13 municípios dessa região. Com o objetivo de verificar se há ou não esta relação, a pesquisa em tela, de cunho descritivo e quantitativo, utilizou-se de métodos estatísticos com testes de normalidade e de correlação, e modelos de regressão multivariada a partir do uso do Software Estatístico Statistical Package for the Social Science (SPSS®). Os resultados mostraram que preponderantemente não há relação entre os IDGOys calculados e os Indicadores oficiais publicados. Apenas o modelo de regressão do IDGO social indicou que 71,5% (r²) do desempenho do IDGO social foi explicado nos índices IFDM (β1.IFDM), IBEU (β2.IBEU), IDCS_ BR (β3.IDCS BR) e população (β4.população). Os achados reforçam a importância de se analisar cautelosamente quais funções governamentais do orçamento estão sendo utilizadas nos cálculos dos indicadores para que a relação possa existir e em que medida isso venha a suceder.