A Política Nacional de Alfabetização: consequências para a formação de professores

Abstract

O presente trabalho, de aporte exploratório e bibliográfico, tem como objetivo analisar a Política Nacional de Alfabetização – PNA vinculada às políticas públicas e seus impactos na formação dos professores e alunos do sistema educacional público brasileiro. A pesquisa é ancorada na Teoria histórico-cultural do desenvolvimento e utiliza a análise de documentos oficiais e artigos recentes que analisam a política educacional. É possível verificar que o caderno PNA expressa os interesses do sistema produtivo vigente e o domínio da técnica em detrimento da apropriação do conhecimento científico. O encaminhamento metodológico proposto, ao priorizar o desenvolvimento da consciência fonológica desconsidera os demais aspectos que constituem o complexo processo alfabetização. Em contrapartida, em defesa de um ensino humanizador temos as proposições decorrentes da teoria histórico-cultural sobre o processo de apropriação da escrita. Nessa concepção, a alfabetização é vista como um processo complexo, que envolve não apenas a aquisição do sistema de escrita, mas também o desenvolvimento de habilidades cognitivas, linguísticas e sociais. Assim, a alfabetização não é vista como uma habilidade que deve ser alcançada apenas com a consciência fonológica ou gráfica, mas como um processo contínuo de construção de conhecimento, significado e de inserção social do indivíduo.