Composição química e atividade antibacteriana do óleo comercial das sementes de romã (Punica granatum L.) frente a bactérias de origem alimentar

Abstract

As doenças transmitidas por alimentos (DTHAs) têm implicações significativas tanto para a saúde pública quanto para a economia de um país. Como uma abordagem alternativa, estudou-se o potencial dos óleos vegetais para combater essas doenças. A romã (Punica granatum L.) é uma planta oleaginosa conhecida por suas propriedades antimicrobianas, antifúngicas e antioxidantes. Apesar dessas propriedades conhecidas, há poucas informações sobre sua ação antimicrobiana específica contra DTHAs. Portanto, este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a composição química do óleo de sementes de romã (PSO) comercial e avaliar seu potencial no combate a bactérias patogênicas de origem alimentar. O PSO comercial, obtido por prensagem a frio, foi submetido a análises físico-químicas e cromatográficas, incluindo GC-FID, GC-MS e (±) FT-HRMS. A atividade antibacteriana foi determinada usando os métodos de Concentração Inibitória Mínima (MIC) e Concentração Bactericida Mínima (MBC). GC-FID e GC-MS revelaram a presença de 26 ácidos graxos, com ácido linoleico (52,35%), ácido oleico (25,65%) e ácido palmítico (10,59%) como os principais constituintes. O FT-HRMS identificou 11 compostos, incluindo cinco recentemente relatados: ácido 4-(2-furil)benzoico, ácido 2-propiônico, éster de 1,4-fenileno, xantotoxol, salicilato de benzila e 2,5-di-hidroxi-1,4-naftoquinona. O PSO demonstrou valores de MIC variando de 500 a 1000 µg/L e um MBC de 1000 µg/L contra várias cepas de Klebsiella pneumoniae (KP47 e KP48), Escherichia coli (EC141, EC142 e EC143), Enterobacter cloacae (EC43) e Enterococcus faecalis (EF46, EF47 e EF48). Essas descobertas sugerem que o óleo de semente de romã é promissor como um agente antibacteriano alternativo no controle de infecções de origem alimentar.