Author:
Figueiró Rafael de Albuquerque,Mello Leonardo Cavalcante de Araújo,Oliveira Hilderline Câmara de,Tinoco Isabela de Almeida,Chaves Arlindo da Costa,Mello Helenória de Albuquerque,Figueiró Martha Emanuela Soares da Silva,Silva Alice Gerlane Cardoso da
Abstract
A profissão de policial penal tem sido considerada uma das profissões mais problemáticas, apresentando questões típicas desta categoria laboral: estresse, adoecimento psíquico, consumo de álcool e outras drogas, trabalho em condições inadequadas, dentre outros problemas. Quando se trata de mulheres policiais, outras questões se somam como violência de gênero, assédio, etc. O presente artigo tem por objetivo mapear processos de subjetivação no dia a dia de policiais penais femininas em uma unidade prisional de Natal-RN, Brasil. A partir da realização de uma pesquisa cartográfica, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com quinze policiais penais femininas. Os achados da pesquisa evidenciaram que os resultados apontam para a produção de subjetividades endurecidas, militarizadas e embrutecidas diante do cotidiano laboral. Além disso, ansiedade e estresse são marcas visíveis do trabalho dessas mulheres, presentes também fora do ambiente prisional. Tais elementos marcam a produção de sujeitos despotencializados, com suas capacidades de agir diminuídas, atravessados por afetos tristes, seguindo o pensamento espinosano. O estudo expõe ainda, que há uma premente necessidade de se pensar questões relacionadas à formação dessas profissionais para que o contexto de trabalho seja mais humano e potente.
Publisher
South Florida Publishing LLC
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