Eletrocoagulação aplicada ao tratamento de águas residuais cosméticas

Abstract

O crescimento da indústria de cosméticos tem levantado várias preocupações ambientais, especialmente devido à considerável geração de efluentes em várias etapas do processo produtivo. Em geral, os efluentes da indústria cosmética são classificados como tóxicos e de baixa biodegradabilidade, principalmente devido à presença de substâncias químicas como parabenos, surfactantes, triclosan, óleos e graxas, microplásticos, entre outros. Tendo em vista, a complexidade desses efluentes e as limitações de tratamento por sistemas convencionais, é crucial buscar tecnologias eficientes para dos contaminantes presentes, visando minimizar os impactos ambientais. Nesse contexto, esta pesquisa teve como objetivo avaliar o desempenho da eletrocoagulação (EC) no tratamento desses efluentes. Para isso, um reator em batelada com eletrodos de alumínio foi utilizado. A eficácia da EC nesta configuração de reator foi avaliada com base nas porcentagens de remoção das variáveis de resposta: cor aparente, turbidez e demanda química de oxigênio (DQO), em diferentes condições operacionais propostas para densidade de corrente elétrica e tempo de tratamento. O planejamento experimental adotado foi um Delineamento Composto Central Rotacional (DCCR), com 12 ensaios. As análises estatísticas dos resultados indicaram que apenas as variáveis de resposta cor e turbidez foram significativas para o modelo proposto, com uma confiabilidade de 95%. As condições ótimas de tratamento, conforme a desejabilidade global do modelo, foram uma intensidade de corrente de 40 mA cm-2 e 10 minutos de tratamento. Nessas condições, a aplicação da EC alcançou eficiências de remoção de 87,50% para cor aparente e 93,37% para turbidez. Esses resultados corroboram a eficácia da EC no tratamento de efluentes da indústria cosmética.