Abstract
Os quarenta anos da independência de Cabo Verde, assinalados a 5 de Julho de 2015, mereceram comemorações oficiais dissonantes, com alguma tensão entre o Governo e a Presidência da República. Esta tensão nada mais é do que a expressão, num momento preciso e com protagonistas especiais, de um processo sinuoso e tenso, vivido e interpretado de diversas formas, seja em função de contextos e conjunturas históricopolíticas em concreto, seja da presença dos atores particulares (institucionais ou não) produtores, reprodutores ou meros veiculadores das narrativas que buscam inscrever, na memória histórica nacional, os sentidos e os significados do ato (independência) e do processo (construção do Estado) que se seguiu. Se o presente texto busca, por um lado, fazer emergir os atores, as narrativas, as disputas e os silêncios que marcaram essas curtas e rápidas quatro décadas de independência, por outro, intenta descortinar as tensões, as vicissitudes e os recuos que têm marcado os olhares e os discursos sobre a independência e seus eventuais ganhos e, bem assim, as visões de mundo que sustentam tais olhares e discursos. Pretende-se sustentar que as contradições entre os projetos político-sociais presentes na sociedade cabo-verdiana entre Maio de 1974 e Junho de 1975, de forma recorrente e sinuosa, vão marcar toda a história recente de Cabo Verde, potenciadas, contextualmente, pelas injunções decorrentes de inserções diversas, nuancées e, até, contrastantes, no domínio da integração internacional do país.
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