Abstract
O discurso de agradecimento de Caio Prado Júnior pelo prêmio Juca Pato, lido no auditório da Folha de S.Paulo, durante a noite de 28 de março de 1967, é, neste artigo, uma oportunidade de incursão na história intelectual de um período marcado pela transição de uma esfera pública democrática para uma esfera pública autoritária. A premiação decorreu da repercussão alcançada pelo livro A revolução brasileira, primeira reflexão de peso sobre os erros cometidos pelos setores progressistas, na conjuntura final da República de 1946. Em seu discurso, o historiador tratou da responsabilidade do intelectual para enfrentar o fechamento de horizontes e de perspectivas futuras de um país que ainda vivia uma modernidade inconclusa. A expectativa quanto ao futuro do Brasil, em um momento de crise das instituições de representação democrática, leva a uma reflexão sobre o tempo histórico no pensamento social.
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