Abstract
O artigo discute a importância dos domínios público e privado na análise feminista, destacando a presença da dicotomia entre essas esferas nas teorias do patriarcado e na interseccionalidade. A separação entre o público e o privado tem raízes históricas e está relacionada à opressão das mulheres na esfera privada e sua exclusão da esfera pública. A exclusão das mulheres da teoria política tradicional e a invisibilidade de suas identidades de gênero são criticadas, apontando a importância de reconhecer a influência do gênero na esfera pública e na economia. A oposição entre público e privado é explorada nos estudos feministas e permeia as teorias do patriarcado e da interseccionalidade, aqui expressas pelos escritos de Pateman, Okin, Fraser, Walby, Hill Colins, Crenshaw, Davis e Bilge; evidenciando o potencial de complementaridade entre ambas correntes teóricas.
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