Abstract
O artigo problematiza as diferentes dimensões presentes no processo de negociação de dívidas e que atuam na reconfiguração subjetiva dos sujeitos endividados. Por meio do arcabouço teórico que inclui drama social (Turner) e ritual (Peirano), além da abordagem etnográfica realizada junto à Central de Mediação – uma iniciativa do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e de outras instituições públicas – foi possível perceber que as dívidas negociadas, bem como seus significados, tensionam critérios morais, sociais e econômicos. Ao mesmo tempo, ao buscarem a esfera legal, os sujeitos se mostram cientes de um código que os defende, enquanto consumidores, em sua dignidade, ao utilizarem, a sua maneira, as noções de justiça e de cidadania.
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