Abstract
Pautado na Filosofia da Diferença e referenciado principalmente em Deleuze (1990), Deleuze e Guattari (1995), Foucault (1995,1996) e Rolnik (1987, 1993, 2006, 2011), este artigo apresenta investigação acerca de movimentos que compõem o cotidiano de alguns estudantes de uma escola pública de Ensino Médio Integral do estado de Pernambuco. Move-se esta pesquisa pela importância de tornar visíveis e enunciáveis territórios que nos constituem e, por conseguinte, interfererem na aprendizagem, especificamente em matemática. Lançamos mão da cartografia como pesquisa processual e interventiva, pois, à medida que vai-se fazendo, afetos são (re)visitados e territórios vão-se compondo para eles. Como procedimentos da cartografia, utilizamos depoimentos de 7 estudantes de 1º ano do Ensino Médio Integral. Dentre esses, uma estudante foi cartografada através de mapa narrativo, combinando desenho e narrativa. As marcas encontradas em dado momento foram: carência, discurso relacionado ao fracasso escolar sobretudo em matemática, responsabilização, desterritorialização, doenças físicas e psicossomáticas, delinquência familiar, rotas de fuga e de desejos. Essas marcas nos levaram a entender que, além de uma escola arborescente, linear e ordenada, temos inúmeras variáveis, imprevisíveis, incontroláveis, muitas vezes invisíveis e não enunciáveis. São marcas que atravessam diferentemente os sujeitos escolares, em sua singularidade e multiplicidade e, consequentemente, atravessam a aprendizagem, a matemática e a escola.
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