Abstract
Objetivos: Apresentar resultados do eixo 2 do projeto DVEAL. Neste artigo é comparado o padrão epidemiológico do estupro de crianças/adolescente em relação aos adultos.
Métodos: Delineou-se uma investigação observacional e retrospectiva incluindo 380 registros de violência sexual no Instituto Médico Legal, entre 2016 e 2018. Por meio de regressão logística binária e múltipla calculou-se a chance de violência por faixa etária, associando os possíveis fatores relacionados.
Resultados: Metade das vítimas estupradas possuíam até 13 anos de idade, com média de 14 anos, e 9 em cada 10 casos eram de mulheres/meninas vitimadas. O padrão do estupro identificado foi de vítimas: em situação conjugal solteira; estudantes, abusadas por conhecidos; que realizaram exame pericial entre 1-7 dias; abusadas durante a madrugada; e em região genital. Cerca de 8 em cada 10 casos foram estupros confirmados pela perícia, o restante foi via relato oral. O modelo final identificou dois fatores mais associados a violência sexual em crianças/adolescentes.
Conclusões: O padrão de vitimização sexual no estado impacta significativamente crianças e adolescentes, e principalmente o gênero feminino.
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