Abstract
Conforme Straus (2014), certos procedimentos composicionais de Stravinsky podem ser entendidos por meio da elaboração de duas camadas simultâneas de prolongamento de quintas justas separadas por algum intervalo. Lerdahl (2001) sugere um tipo de hierarquia tonal que pode ser modelada por um espaço multidimensional, no qual determinada distância espacial equivalerá à distância cognitiva. Acolhendo conceitos de Lerdahl (2001) e Straus (2014), este trabalho busca investigar aspectos qualitativos da simultaneidade multiespacial na música de Stravinsky, atentando-se especialmente a passagens de Ragtime for Eleven Instruments (1918), Preludium for Jazz Ensemble (1937), Tango (1940) e Ebony Concerto (1945), obras orientadas pela influência da música popular americana. Este artigo se detém aos desdobramentos da questão da simultaneidade em processos composicionais de Stravinsky, sobretudo mediante aquilo que denominamos como “prolongamentos simultâneos multicêntricos”. Este artigo busca ampliar tal discussão pelo intermédio de uma perspectiva teórica baseada principalmente na ideia de prolongamento estrutural provida pela teoria neoschenkeriana.