Abstract
A ideia de uma suposta música universal que se desenvolve a partir da disseminação da música erudita europeia tem raízes históricas que se expressam como conteúdo disciplinar desde, no mínimo, o Iluminismo. No entanto, a atualidade de sua relevância se mostra em processos de apropriação simbólica, que analisamos no cenário brasileiro contemporâneo, onde a disseminação do universalismo como paradigma inquestionável de superioridade cultural orienta a relação com a disciplina musical e é moldada pelo contexto das relações sociais, políticas e de fragilidade econômica, que investigaremos no caso da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), concluindo, por fim, a dificuldade da música em se constituir como objeto epistêmico nesse contexto.