Abstract
Na estratigrafia do Rio Grande do Sul as formações Santa Tecla e Tupanciretã foram consideradas preliminarmente pós Gondwânicas a partir de datações relativas. São interpretações originadas a partir de um limitado conjunto de dados, de caráter preliminar ou especulativo. Este estudo tem o objetivo de revisar e analisar estes trabalhos dispersos e através de novas observações envolvendo elementos morfotectônicos como a análise das drenagens, condicionantes geotectônicos e paleoclimáticos posicionar estas unidades no panorama geológico do sul do Brasil. Como delimitadores da proveniência e do posicionamento paleogeográfico das formações Santa Tecla e Tupanciretã destaca-se o Arco de Rio Grande e o soerguimento em domo do Escudo Sul-Riograndense. A associação de ambas as formações com as Superfícies Cimeiras de Caçapava e de Vacaria em conjunto com um histórico de inversão do relevo, assegura-lhes uma idade relativa no topo do Cretáceo Inferior a Superior. As caraterísticas litológicas e deposicionais possibilitam a inferência de deposição em ambiente semiárido, com transporte subaquoso e contribuição eólica, típicos de ambientes fluviais efêmeros intracratônicos. Com o conjunto de informações é possível traçar um paralelo com os grupos Bauru (Brasil) e Paisandú (Uruguai), que integram a Supersequência Bauru da Bacia do Paraná. As evidências indicam que as formações Santa Tecla e Tupanciretã pertencem a este contexto.
Publisher
Revista Brasileira de Geomorfologia
Cited by
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