Abstract
Considerando que, no Brasil, o trabalho e as trajetórias profissionais têm cor, gênero, idade, região de origem, aparência e outros marcadores sociais de diferença, este estudo teve como objetivo analisar a percepção de jovens egressos de um Programa de Aprendizagem sobre a influência de marcadores interseccionais em suas trajetórias profissionais. Realizou-se uma pesquisa de abordagem qualitativa, descritiva, através de 15 entrevistas semiestruturadas com jovens aprendizes egressos do Programa de Aprendizagem, de diferentes regiões brasileiras. Os dados foram analisados conforme a técnica de análise temática e os resultados demonstraram que o Programa de Aprendizagem contribui para a inserção e a manutenção de jovens no mercado de trabalho. Ao vivenciarem experiências como aprendizes, certas situações de exclusão social podem ser mitigadas, possibilitando uma vida melhor do que a dos pais ou responsáveis. Entretanto, persistem os efeitos de desigualdades e violências interseccionais, que resultam em formas específicas de opressão, perpetuando ou levando à marginalização social, econômica e política.