Abstract
O objetivo deste artigo é examinar o efeito da estrutura de capital no desenvolvimento financeiro de bancos islâmicos. Para medir o desenvolvimento financeiro islâmico, foi usado o Refinitiv Islamic Finance Development Indicator® (IFDI) em nível de país durante os anos de 2014 a 2019. Usando uma amostra de 105 bancos, cobrindo sistemas bancários em 19 países de maioria muçulmana, o estudo usou uma regressão do tipo Two-Stage least squares (2SLS) para controlar a causalidade reversa do IFDI à estrutura de capital. A relação não monotônica encontrada entre o desenvolvimento financeiro sobre o patrimônio líquido e os índices de capital dos bancos sugere que as emissões de ações com baixos índices de capital (inferiores a 48,42%) são caras e têm um efeito negativo em seu indicador de desenvolvimento. O resultado é consistente com a Teoria de Sinalização, que prevê que os bancos com melhor desempenho transmitam essas informações de forma confiável por meio de capital mais alto. O artigo justifica-se pela relevância internacional do tema e pelo início das discussões da criação do marco legal das Finanças Islâmicas no Brasil, em abril de 2021, pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal.