Abstract
O progresso da genética molecular tem possibilitado o desenvolvimento de métodos para caracterizar geneticamente indivíduos e populações. Na última década, o uso crescente de marcadores moleculares de DNA deu origem à taxonomia molecular. O gene COI é considerado o marcador universal para código de barras genético animal, porém sua amplificação é difícil para alguns táxons, e isso tem motivado a proposta de marcadores alternativos. Entretanto, é possível que a combinação de dois ou mais marcadores de DNA e o desenvolvimento de oligonucleotídeos iniciadores espécie-específicos possam resolver esse dilema. Por outro lado, tornou-se cada vez mais difícil publicar descrições de espécies baseadas exclusivamente em morfologia no mundo inteiro. Taxonomistas atribuem esse fato ao fenômeno do “impedimento taxonômico”. Apesar das divergências entre taxonomistas tradicionalistas e moleculares, é muito provável que o uso integrado de dados genéticos e morfológicos possa fornecer subsídios mais consistentes na delimitação de espécies. Recentemente, ouso de marcadores de DNA em sistemática filogenética abriu caminho para a sistemática molecular. Algumas iniciativas têm contribuído para o avanço dessa nova linha de pesquisa, por exemplo: criação de bases de dados filogenéticos e disponibilidadede infraestrutura computacional para inferência filogenética. Dentre os desafios de trabalhar com taxonomia molecular, destacam-se a demanda por infraestrutura adequada e alto investimento financeiro. Apesar disso, a taxonomiano Brasil, sem dúvida, tem potencial para continuar se expandindo como uma das ciências mais promissoras deste século, principalmente nesse momento da história em que fragmentação e degradação ambiental demandam o conhecimento urgente da biodiversidade.
Publisher
Pontificia Universidade Catolica do Parana - PUCPR
Cited by
1 articles.
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