Abstract
A patologização da infância constitui um fenômeno que, embora contradiga as bases da epistemologia genética, tem sido pouco abordado nos trabalhos piagetianos con-temporâneos quando comparado com os psicanalíticos. Piaget manteve diálogo com a psicanálise freudiana desde o início da sua obra, em uma tentativa de articulação que continuou ativa em autores do âmbito da psicologia e da educação. O presente artigo revisita esse diálogo sob um novo prisma: a problematização da lógica indi-vidualizante do fracasso escolar e da patologização. Para isso, propõe três eixos de confluência teórica que envolvem ressonâncias clínicas e éticas. Conclui que a articu-lação entre ambas as teorias não só mantém sua vigência, mas também se mostra fecunda para discutir os atuais reducionismos do desenvolvimento infantil.
Publisher
Revista Arquivos Brasileiros de Psicologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro