Abstract
A Leishmaniose Visceral (LV), doença negligenciada de caráter crônico e sistêmico, causada pelo parasita Leishmania spp. representa um problema de saúde pública, principalmente em países com população vulnerável, como o Brasil. Devido à urbanização de grandes centros, cães configuram um importante reservatório no ciclo urbano, precedendo casos humanos e contribuindo para a manutenção de casos de Leishmaniose Visceral Canina (LVC). Entretanto, poucos inquéritos sorológicos somados à analise espacial envolvendo a população humana e animal foram descritos no município de Três Lagoas. Diante disso, o objetivo do estudo foi identificar e descrever a ocorrência da infecção natural por Leishmania spp. na população canina domiciliada e humana de Três Lagoas – MS, Brasil, utilizando-se das técnicas sorológicas de Dual Path Platform (DPP), Enzyme Linked Immunosorbent Assay (ELISA) e Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), bem como molecular para Leishmania spp. e análise por georreferenciamento. Para isso, foram coletadas 566 amostras sanguíneas de cães. Além disso, informações epidemiológicas adicionais foram coletadas do sistema de saúde do município, e posteriormente, a análise espacial foi realizada. Como resultados obteve-se 267 amostras reagentes ao teste DPP, 267 amostras reagentes ao ELISA e 97 à RIFI, com 95% de concordância entre os métodos DPP e ELISA. Das amostras submetidas à PCR, 16 foram positivas para Leishmania spp. O uso do georreferenciamento para LVC canina em Três Lagoas forneceu subsídios para identificar áreas com prioridade de intervenção para o controle da doença. A presença de flebotomíneos, associado à localização geográfica, bem como às condições ambientais na região estudada, foram favoráveis à sua disseminação, bem como à transmissão da doença aos cães e a humanos.
Publisher
Revista Veterinaria e Zootecnia
Reference35 articles.
1. BI K, CHEN Y, ZHAO S, KUANG Y, JOHN WU CH. Current Visceral LeishmaniasisResearch: A Research Review to Inspire Future Study. Biomed Res Int. 2018 Jul 10;2018:9872095. doi: 10.1155/2018/9872095. PMID: 30105272; PMCID: PMC6076917
2. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: volume único – 3ª. ed. 503-22 – Brasília: Ministério da Saúde. 2019.
3. REIMÃO JQ, COSER EM, LEE MR, COELHO AC. Laboratory Diagnosis of Cutaneous and Visceral Leishmaniasis: Currentand Future Methods. Microorganisms. 2020 Oct 22;8(11):1632. doi: 10.3390/microorganisms8111632. PMID: 33105784; PMCID: PMC7690623.
4. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Leishmaniasis. 2021 Disponível em . Acesso 01 mai 2021.
5. LACERDA AFA, OLIVERIA DS, SALOMÃO JVF, OLIVEIRA LGR, MONTE-ALEGRE A, SANTOS JYGD, SOUZA CC, MAGALHÃES-JUNIOR JT, ARAÚJO-SANTOS ET. Clinical, epidemiologicalandtransmissioncycleaspectsofleishmaniasisurbanization in Barreiras, Bahia, Brazil. SpatSpatiotemporalEpidemiol. 2021 Feb;36:100395. doi: 10.1016/j.sste.2020.100395. Epub 2020 Dec 11. PMID: 33509434.