Abstract
O coelho é uma das espécies mais sensíveis às condições do meio que vivem, sendo a temperatura e umidade os fatores que mais têm influência no seu ambiente. O objetivo com este trabalho foi avaliar a tosquia como alternativa para melhorar o conforto térmico e o desempenho produtivo de coelhos criados de forma intensiva em uma região de clima semiárido. Foram utilizados 26 coelhos mestiços, sadios e em fase de engorda, sendo divididos em gaiolas individuais em dois grupos: treze animais submetidos a tosquia (G1) e treze sem tosquia (G2). O conforto térmico foi avaliado todos os dias pelo cálculo de Índice de Temperatura e Umidade (ITH) e pela análise e comparação dos parâmetros: frequência respiratória (FR), temperatura retal (TR) e temperatura superficial (TS). A temperatura e umidade do ambiente foram verificadas em todos os dias do experimento, às 6:00, 9:00, 12:00, 15:00 e 18:00 horas, com um termo-higrômetro. O desempenho dos animais foi avaliado pela pesagem nos dias 0, 10, 20 e 30 do experimento. Como resultado, a FR e TS apresentaram diferença estatística (P<0,05), o grupo dos animais tosquiados apresentou média inferior de FR (221,6 ± 15,4) em relação aos não tosquiados (240,2 ± 26,1). Em relação à TS, houve menores temperaturas nos animais tosquiados (33,8°C ± 0,3) quando comparados com os não tosquiados (35,0°C ± 0,2). Quanto à TR, ficou próximo de 39,5 ºC, inferindo assim que os mecanismos de regulação térmica interno dos animais conseguiram manter a homeotermia desejada. O ganho de peso obteve média de 771,4 gramas no grupo dos animais tosquiados, e 705,2 gramas no grupo dos não tosquiados. Em relação à TR e desempenho dos animais, não foram observadas diferenças estatísticas (P > 0,05). De acordo com os dados obtidos, conclui-se que a tosquia pode ser um meio de melhorar o conforto térmico de coelhos.
Publisher
Revista Veterinaria e Zootecnia
Reference22 articles.
1. Ferreira WM, Machado LC, Jaruche YDG, Carvalho GG, Oliveira CEA, Souza JDS, et. al. Manual Prático de cunicultura [internet]. Bambuí: Ed. do autor; 2012. [citado 02 jul 2021] e disponível em: https://abwrsa.files.wordpress.com/2014/11/manual-prc3a1tico-de-cunicultura.pdf.
2. Bonamigo A, Duarte C, Winck CA, Sehnem S. Produção da carne cunícula no Brasil como alternativa sustentável. Rev. Agro. Amb. 2017;10(4):1247-1270. doi: https://doi.org/10.17765/2176-9168.2017v10n4p1247-1270.
3. Machado LC, Ferreira WM. A cunicultura e o desenvolvimento sustentável [internet]. Bambuí: Associação Científica Brasileira De Cunicultura (ACBC); 2011 [citado 18 jun 2021] e disponível em: https://bityli.com/hkrqd.
4. Oseni SO, Lukefahr SD. Rabbit production in low-input systems in Africa: situation, knowledge and perspectives – a review. World Rabbit Science. 2014;22(2):147-160. doi: https://doi.org/10.4995/wrs.2014.1348.
5. Ramirez MA, Ferreira WM. Bem-estar animal na cunicultura intensiva. In: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia. Bem-estar animal [internet]. 1 ed. Belo Horizonte: FEPMVZ; 2012 [citado 08 jun 2021]. 8, 70-79. Disponível em: https://vet.ufmg.br/ARQUIVOS/FCK/file/editora/caderno%20tecnico%2067%20Bem%20Estar%20Animal%20ok.pdf.