Abstract
INTRODUÇÃO: A pandemia por SARS-CoV-2 impactou os modelos educacionais ofertados nos cursos de Medicina. Nesse contexto, com a autorização para oferta de disciplinas remotamente, evidencia-se uma aceleração sem precedentes na migração do modelo presencial para ensino remoto, o que já vinha ocorrendo gradativamente no sistema de educação superior brasileiro. Devido ao isolamento social para enfrentamento da crise, este modelo está sendo aplicado integralmente em muitas Instituições de Ensino Superior (IES) do país, podendo repercutir em mudanças metodológicas na educação médica. OBJETIVOS: Discutir o impacto da pandemia do SARS-CoV-2 na educação médica, analisando a migração para o modelo remoto. MÉTODO: Baseado na experiência dos autores na gestão da educação médica, foi realizada uma reflexão a partir de reuniões gerenciais de duas IES privadas. RESULTADOS: O contexto de pandemia global promoveu impactos no ensino no âmbito do corpo discente, docente e IES. Os altos investimentos na migração do modelo de ensino e a alta taxa de evasão vêm repercutindo na suspensão de contratos de docentes de IES privadas. A desigualdade de acesso tecnológico, ambientes não propícios e a má qualidade da telefonia/internet no país podem impactar no desempenho acadêmico. CONCLUSÕES: É inegável que a educação médica está sendo profundamente transformada por essa crise global de saúde. Entretanto, ainda é cedo para afirmar com segurança o tamanho desse impacto. Futuramente, será necessário adaptar o conceito de Ensino Médico baseado em evidências para avaliar com clareza as repercussões práticas dessa pandemia no ensino da Medicina.
Publisher
Escola Bahiana de Medicina e Saude Publica
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