Author:
de Almeida Xavier Rafael, ,Cristina de Souza Meira Laura,Eiras Ortoni Gabriela,Cristina Rodrigues Abdalla Verissimo Thereza,Ferreira Martins Ribeiro Maysa,Oliveira Martins Prudente Cejane
Abstract
Crianças com Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZV) têm comprometimento no desempenho funcional e necessitam de assistência, ininterrupta e por longo prazo, de um cuidador. As mães, em maioria, são as únicas cuidadoras, o que pode gerar sobrecarga física e emocional e piora da qualidade de vida. Objetivos: Relacionar as habilidades funcionais de crianças com SCZV com a qualidade de vida de suas mães. Métodos: Estudo transversal, com 26 mães e seus filhos com SCZV, inseridos em um Centro de Reabilitação de Goiânia, região central do Brasil. Foram utilizados um Questionário de Avaliação sociodemográfica e clínica das mães; um Questionário de Avaliação Clínica das Crianças; o Gross Motor Function Classification System (GMFCS); o Software - Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI-CAT); a Medida de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-BREF). A relação entre os domínios e escore total do WHOQOL-Bref com o PEDI-CAT foi realizada aplicando-se a correlação de Spearman. Resultados: As mães tinham em média 30,04±6,47 anos de idade. Em relação ao WHOQOL-Bref, o domínio meio ambiente apresentou pior pontuação (média de 50,84±17,45) e o social o melhor (média de 69,23±22,46). wA média de idade das crianças foi de 2,46±0,52 anos e a maioria era nível V do GMFCS (80,8 %). O PEDI-CAT apresentou baixo escore em todos os domínios, sendo o mobilidade o mais afetado (média de 13,54±4,06). Houve correlação negativa entre o domínio físico do WHOQOL-Bref e o mobilidade do PEDI-CAT (r=-0,45; p=0,02). Conclusões: As mães de crianças com SCZV tiveram pior qualidade de vida no aspecto meio ambiente; e as crianças apresentaram comprometimento nas habilidades funcionais, sendo pior em mobilidade. Quanto pior a mobilidade da criança, melhor a qualidade de vida das mães no aspecto físico.
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