Abstract
Este texto deriva do projeto “Nas telas da escola: cinema e professores de Geografia”, da Rede Internacional de Pesquisas “Imagens, Geografias e Educação”, que buscou diagnosticar práticas de docentes de Geografia com cinema e, a partir daí, estudar elementos que pudessem contribuir com a regulamentação da Lei 13006/14. Nele buscamos pistas para compreender se a cultura visual cartográfica, presente na formação dos docentes de Geografia da escola, se manifesta nas escolhas das obras cinematográficas usadas como recursos imagéticos nas aulas de Geografia. Para tanto, identificamos e sistematizamos diferentes abordagens dos estudos sobre as conexões entre cartografia e cinema, constituindo um arcabouço acerca do impulso de mapeamento e detalhando a abordagem de Castro (2015) que distingue formas cartográficas ou expressões cinematográficas do impulso de mapeamento: os panoramas, as vistas aéreas e atlas. Selecionamos os três filmes nacionais mais citados como primeira menção por docentes participantes da pesquisa, de diferentes gêneros, a saber, “Central do Brasil”, “Encontro com Milton Santos: o mundo global visto do lado de cá” e “Ilha das Flores”, que foram analisados à luz das expressões cinematográficas do impulso de mapeamento. Concluímos que é possível que o impulso de mapeamento influencie as escolhas das obras a serem usadas por professores e professoras de Geografia em sala de aula, indicando a força da cultura visual da cartografia, o que pode induzir ao uso de imagens clichês que limitam os estudantes a pensar o espaço a partir de outras possibilidades.
Publisher
Universidade Estadual de Campinas