Abstract
Noção recorrente na crítica literária brasileira do Oitocentos, o estilo esteve associado à correção gramatical, à figura do autor, à ideia de ornamento, expressão do bem escrever e do bem falar, de forte presença no púlpito e na tribuna. Muito embora reivindicasse sua importância na obra de todo escritor e mesmo na ciência, Machado de Assis vai se opor às concepções de estilo em uso no seu tempo, conforme deixou registrado em “A nova geração”, “O velho Senado” e “Teoria do medalhão”. Tendo em vista o corpus selecionado da obra machadiana, o artigo tem como proposta a seguinte discussão: é na escrita machadiana, em se valendo tanto da retórica, em particular a écfrase, quanto da ironia e da paródia, que Machado de Assis não apenas põe em xeque uma noção tornada clichê, como constrói estilo próprio, sua identidade autoral, distanciada do patronímico.
Publisher
Universidade Estadual de Campinas
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1. ALMEIDA, Letícia Nataly. Écfrase e presentificação de imagens: o episódio de Aracne nas “Metamorfoses” de Ovídio. Codex, Revista de Estudos Clássicos, v. 8, n. 1, 2020, p. 154-168.
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Cited by
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1. Da autoria;Remate de Males;2023-08-31