Abstract
Hoje sabemos ser premente a necessidade de pensarmos sobre os jogos digitais dentro de uma perspectiva brasileira, partindo do Sul Global, por intermédio da Ecocrítica. Isso se dá devido ao fato de que a Ecocrítica para jogos digitais, ou Ecoplay, como posta por Melissa Bianchi (2018; 2020), assimila-se e muito à sua contraparte literária, ou seja, parte quase que exclusivamente de pesquisadores anglófonos. Embora muito da Ecocrítica já tenha se libertado de suas raízes do Norte, voltando-se para perspectivas decoloniais e ecofeministas, pouco se vê dessa realidade nos jogos digitais. Desse modo, argumento que é de extrema necessidade pensarmos e analisarmos jogos, sejam eles produzidos ou consumidos no Brasil. Bem como suas formas de engajamento, narrativas, mecânicas, regras, contextos de produção e venda. Especialmente dado que hoje somos um dos maiores mercados consumidores e, ainda que não tenhamos nenhuma publicadora AAA (triple A, como são chamadas as grandes companhias bilionárias de jogos) no país, existem diversos estúdios indies e há muito a se ganhar através do Ecoplay. Dessa forma, podemos procurar dar voz à natureza e ao mundo exterior da narrativa, frequentemente silenciados, imaginar maneiras de descentralizar o jogador de sua perspectiva antropocêntrica, pensar diferentes formas de jogar, de produzir material e de consumir, o que inclui demais elementos que circundam os jogos e seus processos de consumo e manufatura.
Publisher
Universidade Estadual de Campinas
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