Abstract
A revista PROA, em seu primeiro número do décimo volume, traz principalmente a música enquanto objeto e problema das reflexões de artistas e antropólogos. Nesse momento que os seres humanos parecem indiferenciáveis diante do contagioso e recentemente conhecido Sars-CoV-2, tudo parece muito resumido a questões epidemiológicas. No entanto, com e a partir da música, os autores do dossiê “Música enquanto prática decolonial” problematizam a configuração da modernidade expondo a colonialidade que a engendra, o que implica questionar poderes criadores do mundo globalizado. Um dos efeitos mais notáveis e atuais do processo é o espraiamento da rede de contágio do vírus desacompanhado da paralela equalização das condições de combate à doença. Isto é, se um mundo pandêmico nos obriga a refletir sobre desigualdades, logo sobre poderes, a música faz nada menos e, ademais, favorece introduzir uma perspectiva de ruptura aos desaparecimentos a que são condenados conhecimentos, práticas, pessoas ou tudo aquilo que não é hegemônico.
Publisher
Universidade Estadual de Campinas