Abstract
O livro didático, ao lado de outras fontes, pode ser identificado como um material de significativa contribuição para a história das práticas educativas além de ser visto como portador de parte dos conteúdos a serem ensinados, o que permite enxergar o livro como fonte de pesquisas que se volta para a compreensão da cultura escolar e para a constituição das disciplinas escolares. No Brasil, a década de 1830 marca o momento em que começam a surgir as primeiras obras didáticas nacionais na área de Matemática, usadas em escolas, exames preparatórios e, posteriormente, em liceus e colégios. A partir de então, uma questão que começa a se impor, particularmente a partir de 1854 com as Reformas de Couto Ferraz, é o controle sobre os livros usados nas escolas. A fim de avaliar a qualidade desses livros, pareceres redigidos por professores de instituições renomadas eram utilizados para decidir se um livro deveria ser adotado e/ou mantido na escola. Esses pareceres podem ser tomados como documentos importantes que expressam critérios de qualidade que os livros didáticos deveriam obedecer. Esse artigo tem como objetivo analisar o processo de avaliação de obras didáticas no século XIX a fim de identificar quais critérios gerais e outros específicos para a área de matemática podem ser depreendidos dos pareceres compreendendo o papel e a importância dos pareceres no processo de validação das obras didáticas também como estratégias para a circulação de livros escolares.
Funder
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Publisher
Universidade Estadual de Campinas
Reference40 articles.
1. AGCRJ. ARQUIVO GERAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. AGCRJ. Série Instrução Pública. Documentos manuscritos. Códice 11-4-33, Obras e Publicações, 1878-1879. Rio de Janeiro.
2. AGCRJ. ARQUIVO GERAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. AGCRJ. Série Instrução Pública. Documentos manuscritos. Códice 12-2-5, Obras e Publicações, 1880 a 1886. Rio de Janeiro.
3. AGCRJ. ARQUIVO GERAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Série Instrução Pública. Documentos manuscritos. Códice 10-4-18, Exames, 1852-1873. Rio de Janeiro.
4. ALMEIDA, J. R. P. A instrução pública no Brasil (1500-1889). Trad. Antonio Chizzotti, Ed. Guedes, Maria do Carmo. 2. ed. São Paulo: EDUC, 2000.
5. ALONSO, G. D. S. Los manuales escolares como posibilidad investigativa para la historia de la educación: Elementos para uma definición. Rev. Hist. Edu. Latinoam, Santander, n. 16, p. 199-224, ene./jun. 2011. Disponível em: https://www.redalyc.org/comocitar.oa?id=86922549009. Acesso em 18 jan. 2018.