Abstract
Este artigo examina a noção unitária de habitus presente nos primeiros trabalhos de Bourdieu e sua transformação ao longo da carreira sociológica do autor, acompanhando-a até as concepções posteriores de um conceito de habitus fragmentado para examinar a relacionalidade e as mudanças sociais contemporâneas. O percurso do conceito de habitus em Bourdieu mostra que as interações entre habitus e campo exigem um crescente trabalho de integração dos indivíduos conforme a vida social se torna mais diferenciada. O artigo argumenta em favor da necessidade da sociologia investir em análises de campo para avançar nas explorações do habitus e reconhecer a potencial flexibilidade do conceito. Sugere-se que a sociologia adote a noção psicanalítica de “posicionar-se nos espaços” (standing in spaces) (e noções associadas de “liminaridade” e experiências em posições intersticiais) para o desenvolvimento produtivo da noção de habitus fragmentado e para aprimorar propostas que veem o social com uma história passível de mudança pelos seres humanos.
Publisher
Universidade Estadual de Campinas
Subject
General Earth and Planetary Sciences,General Environmental Science
Reference83 articles.
1. AARSETH, Helene. Eros in the field? Bourdieu’s double account of socialized desire. The Sociological Review, 64 (1), 93–109, 2016. https://doi.org/10.1111/1467-954X.12348
2. ADKINS, Lisa. Gendered Work. Buckingham: Open University Press, 1995.
3. BENNETT, Tony. Habitus clivé: aesthetics and politics in the work of Pierre Bourdieu. New Literary History, 38 (1), 201–230, 2007. https://doi.org/10.1353/nlh.2007.0013
4. BENNETT, Tony; SAVAGE, Mike; SILVA, Elizabeth; WARDE, Alan; GAYO-CAL, Modesto; WRIGHT, David. Culture, Class, Distinction. London: Routledge, 2009.
5. BOLLAS, Cristopher. Forces of Destiny. Psychoanalysis and Human Idiom. London: Free Association Books, 1989.