Abstract
A pandemia provocada pelo COVID-19 expôs vulnerabilidades sociais e ambientais a nível global, penalizando principalmente a população menos favorecida, dada a dificuldade de acesso a alimentos. Esta pesquisa teve o objetivo de analisar os canais curtos de comercialização promovidos pelo agricultor familiar do estado do Amapá (Brasil) como resposta à crise alimentar em que o estado se encontrava no período de pandemia e como estes canais fomentaram a soberania alimentar na região a partir da produção agroecológica. Utilizou-se como método análise de conteúdo, com análises bibliográficas e documentais e entrevistas estruturadas com lideranças agrícolas locais. Os resultados mostraram que o agricultor familiar, com o apoio do SEBRAE, conseguiu resistir a esta crise alimentar, organizando canais alternativos de comercialização de produção agroecológica, tais como entregas diretas, feiras nas comunidades agrícolas, entregas de cestas em condomínios e feiras Drive Thru. Alguns destes canais são reproduzidos mesmo depois da pandemia pelo agricultor familiar, fortalecidos pelos laços criados entre produtor e consumidor. Por fim, é necessária uma maior conduta participativa e democrática para endossar o consumo agroecológico de alimentos culturalmente apropriados, que atribuam as devidas responsabilidades do Estado e que dialogue com a diversidade cultural e econômica da região a fim de continuar promovendo soberania alimentar no estado.
Publisher
Universidade Estadual de Campinas
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