Abstract
Este artigo tem como desiderato reflectir o contexto em que se dão algumas das principais transformações hodiernas da Arte. Recorrendo ao conceito clássico de aura, concebido por Walter Benjamin, e outras interpretações do termo, almejamos enquadrar a Arte NFT no paradigma da arte contemporânea, para que, a partir dessa articulação, possamos pensar a natureza da arte digital e o seu lugar no mundo da arte. Damos conta de alguns dos marcos que caracterizam a História recente da Arte e da Tecnologia, de forma a desbravar o caminho que nos conduz a uma clareira aurática – onde podemos pensar o objecto de estudo de forma informada e com clareza. Mondado o contexto, estaremos preparados para retirar as conclusões em torno das diferenças entre Arte e NFTs. Importa reflectir a arte digital segundo as características idiossincráticas, deixando de lado as características artificiais que lhe são impostas por voracidades mercantis. A aura da obra de arte, na era da sua reprodutibilidade digital, advém da sua própria reprodutibilidade, segundo as essências do próprio espaço e tempo digital.
Publisher
Universidade Estadual de Campinas
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