Author:
Calegaro José Ulisses Manzzini,Calegaro Nely Queiroz Manzzini,Duarte Lidia Vânia,Araujo Márcia Roberta Acioly,Miziara Márcia Dalla,Gomes Ênio de Freitas,Motta Luis Augusto Casulari R. da,Andrade Marluce Alves de
Abstract
Objetivo: Avaliar os resultados do tratamento do câncer diferenciado da tireóide com cirurgia e radioiodo- 131 complementar. Material e métodos: Foram avaliados retrospectivamente 96 pacientes, no período 1978-1993, com idade média de 41,7 ± 15 anos (1 desvio-padrão), sendo 86 do sexo feminino, e tempo médio de seguimento de 5,3 ± 4,4 anos (1 desvio-padrão); dentre os pacientes, havia 50 casos de carcinoma papilífero (CP), 40 casos de carcinoma folicular (CF) e seis casos de células de Hurthle (CH). Os pacientes foram divididos em dois grupos: um, com 81 casos (47CP, 28CF e 6C11) que foram tratados por tireoidectomia e radioiodo complementar; o outro, com 15 casos (3CP e 12CF) tratados por tireoidectomia e radioíodo para metástases. Os casos foram também analisados por faixa etária, dividindo-se esta em pacientes com menos de 50 anos (72 casos) e os com mais de 50 anos (24 casos), tempo de sobrevida e patologias associadas. Resultados: O Grupo A mostrou um óbito (1,21%) e três casos (3,65%) de metástases em progressão; o Grupo B, cinco óbitos (33,33%) e cinco casos (33,33%) de metástases em progressão. Para os pacientes abaixo de 50 anos, a mortalidade foi de 4,16% e as metástases em progressão corresponderam a 5,55%; para os acima de 50 anos, as taxas foram 12,5% e 16,66% respectivamente. A totalidade dos óbitos e a maior parte das metástases em progressão ocorreram até 10 anos de sobrevida. O bócio nodular autônomo esteve associado em sete dos casos (7,29%). A mortalidade global foi de 6,25% e as metástases em progressão corresponderam a 8,33%. Todos óbitos e a maior parte das metástases em progressão foram devidas ao câncer folicular. Conclusões: 1. A tireoidectomia total e a ablação do tecido remanescente com radioiodo parece ser conduta que proporciona maior segurança. 2. Para pacientes com mais de 50 anos o tumor tem um comportamento mais agressivo. 3. A maior incidência de mortalidade e de metástases em progressão ocorreu até 10 anos de sobrevida. 4. O câncer folicular deve ser considerado como um fator prognóstico de risco. 5. A sua associação com bócio nodular autônomo é mais freqüente do que se supõe.
Publisher
Revista Brasileira De Cancerologia (RBC)
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