Author:
Dupas Giselle,Caliri Maria Helena L.,Franciosi Maria Conceição
Abstract
Usando o Interacionismo Simbólico objetivamos explorar as dimensões das experiências vivenciadas por enfermeiras de uma instituição hospitalar no cuidado à criança com câncer e à sua família. Essas profissionais consideram o câncer infantil um acontecimento que causa muitas mudanças na vida da criança e seus familiares, que o tratamento é na maioria das vezes de curso longo, trazendo implicações que a criança e a família terão que enfrentar e onde a mãe é vista como a principal fonte de suporte. Referem que as famílias apresentam comportamentos distintos no início do tratamento e no transcorrer dele, modificando também suas necessidades. O cuidado é visto como “grande e complicado”, necessitando ser fornecido por uma equipe multiprofissional, onde a enfermeira separa as necessidades que julga ser de sua competência e as que são de outros profissionais. Inserido no cuidado está a dimensão de “ajuda”, associada à expectativa de aliviar a dor e dar conforto físico e psicológico quando a enfermeira conversa, acaricia, brinca, consola, fala a verdade e respeita a vontade da criança colocando-se no seu lugar. Cuidar da família compreende estar disponível quando necessário, conversar, escutar, encorajar, dedicar-se e “não abandonar” quando não existe mais nada que possa ser feito. As formas de cuidar relatadas corroboram a existência de um “cuidado universal” apresentadas por Leininger e Watson, baseadas em princípios humanísticos. Sugerimos que novos estudos sejam desenvolvidos para descrever os comportamentos, valores e práticas associadas ao cuidar em enfermagem, de maneira que este conhecimento possa ser incorporado na educação e prática profissional, direcionando a um cuidar mais ético, moral e humano.
Publisher
Revista Brasileira De Cancerologia (RBC)
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