Abstract
Introdução: A capacidade de enfrentamento de situações adversas, que e definida como resiliência, auxilia o paciente a superar as dificuldades do tratamento. Entretanto, ainda são poucos os estudos que avaliam a resiliência em pacientes com câncer que realizam quimioterapia ambulatorial. Objetivo: Avaliar a resiliência de pacientes com câncer em tratamento quimioterápico ambulatorial e verificar a correlação com os mecanismos de defesa, sintomas depressivos e de ansiedade. Método: Estudo observacional, de correlação e prospectivo, com pacientes com diagnostico de câncer, de ambos os sexos, maiores de 18 anos, alfabetizados e em início de tratamento com quimioterapia ambulatorial. Os seguintes instrumentos foram aplicados no primeiro dia de tratamento quimioterápico e após 30 a 45 dias: Escala de Resiliência, Defense Style Questionnaire (DSQ-40), Inventario de Depressão de Beck e Inventario de Ansiedade de Beck. Resultados: Um total de 55 participantes foi incluído, sendo 32 (58%) do sexo feminino, com média e desvio-padrão (DP) de idade de 54,1 (DP=12,2) anos. Os diagnósticos mais frequentes foram câncer colorretal, 15 (27%) e câncer de mama, 12 (22%). Observou-se correlação negativa significativa entre sintomas depressivos e de ansiedade com os níveis de resiliência tanto na primeira (p<0,001) como na segunda avaliação (p<0,05). Os mecanismos de defesa maduros (humor e racionalização) apresentaram correlação positiva significativa e os imaturos (atuação e cisão) demonstraram correlação negativa. Conclusão: Os resultados confirmaram que a maior capacidade de resiliência se correlaciona com o uso de mecanismos de defesa adaptativos e com menores níveis de sintomas depressivos e de ansiedade em pacientes durante a quimioterapia ambulatorial.
Publisher
Revista Brasileira De Cancerologia (RBC)
Reference16 articles.
1. Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva. ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer. 6. Ed. Rio de Janeiro: INCA; 2020.
2. Ferreira AM, Santos Y, Chagas CB, et al. Processo de enfermagem aplicado a pacientes oncológicos submetidos à quimioterapia e radioterapia ambulatorial. In: Guaragna BFP, Tigre A, Nascimento IM, organizadores. Práticas em oncologia: uma abordagem para enfermeiros e profissionais de saúde. Porto Alegre: Moriá Editora; 2020. p. 29-50.
3. Rodrigues FSS, Polidori MM. Enfrentamento e resiliência de pacientes em tratamento quimioterápico e seus familiares. Rev Bras Cancerol. 2012;58(4):619-27. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2012v58n4.564
4. Ferreira AS, Bicalho BP, Neves LFG, et al. Prevalência de ansiedade e depressão em pacientes oncológicos e identificação de variáveis predisponentes. Rev Bras Cancerol. 2016;62(4):321-28. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2016v62n4.159
5. Menezes IC, Juruena MF. Diagnóstico de depressões unipolares e bipolares e seus especificadores. Medicina (Ribeirão Preto) 2017;50(Supl.1):64-71. doi: https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v50isupl1.p64-71