Abstract
O artigo discute a oposição entre espaços públicos e espaços de mobilidade a partir da análise das performances políticas durante manifestações que ocorreram nas cidades de Belo Horizonte e Rio de Janeiro no ciclo de protestos entre 2011 e 2014, no Brasil, período que antecedeu os megaeventos esportivos nas duas cidades. A partir da análise comparada e quantitativa de notícias jornalísticas, identificamos o papel da mobilidade como um elemento central na constituição de uma esfera pública local no que se refere à construção de agendas e na construção de uma espacialidade para a estruturação dos repertórios políticos. Os resultados indicam que os espaços públicos da mobilidade se transformaram em lugares de contestação da ordem, enquanto as práticas móveis se tornaram performances que visavam produzir rupturas nos fluxos para produzir visibilidade para as pautas políticas. No entanto, encontramos diferenças no uso dos espaços públicos cariocas e belo-horizontinos, especialmente em termos do número de manifestações, os tipos de agentes e das estratégias acionadas nos protestos. Indicações iniciais parecem evidenciar que a dicotomia entre estas formas de espacialidade é bastante frágil na compreensão das manifestações políticas contemporâneas.
Subject
Urban Studies,Architecture