Abstract
As mulheres negras experienciam, cotidianamente, situações de opressão, seja pelo preconceito e discriminação racial, seja pelo de gênero, o que as coloca em constante conflito e sofrimento psíquico. Diante disto, este ensaio pretende refletir sobre a possibilidade de as religiosidades afro-brasileiras, em destaque, o candomblé, se constituírem como um território promotor de saúde mental, uma vez que oferecem um repertório simbólico importante para a promoção de comportamentos resilientes diante das adversidades. Serão analisadas três narrativas míticas sobre a orixá Oxum, divindade dos rios e das cachoeiras, compreendendo-as como potenciadoras de capacidades e qualidades, que podem produzir novos sentidos e ações de resistência.
Publisher
Pontificia Universidade Catolica de Minas Gerais
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