Abstract
Este estudo objetivou demonstrar as injúrias morfológicas e fisiológicas e provocadas pela poluição atmosférica por sílica em plantas e correlacionar com a presença de níveis elevados de sílica na urina de seres humanos em área de mineração de rocha. Trata-se de um estudo transversal, observacional e analítico que analisou a espécie de planta Piper gaudichaudianum e 51 amostras de urina de pessoas de dois pontos amostrais (poluído e controle). Os atributos funcionais foliares foram comparados por teste T e registrados em MEV para análise do material particulado na folha. A sílica na urina foi verificada pela razão da dosagem de sílica em amostra simples de urina por meio de ICP-OES e creatinina urinária por método colorimétrico. Verificou-se uma maior concentração de material particulado sobre a superfície foliar de P. gaudichaudianum na população amostral da zona poluída em relação à zona de controle. A massa fresca, massa seca, os teores de clorofila a, b e clorofila total foram menores nas folhas das zonas poluídas em relação àquelas da zona controle. Já em relação a mediana da excreção urinária de sílica, não se identificou diferença significativa entre as pessoas moradoras da área poluída ou controle. Embora houve uma associação entre moradores da zona poluída apresentarem menor chance de um valor de sílica na urina acima da mediana da amostra (≥3,91mg/g). Tal associação não foi significativa após ajuste para idade. Apesar da sílica afetar negativamente o desenvolvimento foliar da espécie monitora, tais achados não foram associados a uma maior presença de sílica urinária das pessoas residentes na área de maior contaminação ambiental. Fatores de contaminação amostral e dietético podem ter influenciado tais achados na amostra humana estudada, reforçando a importância da análise da flora.
Publisher
Revista Brasileira de Geografia Fisica