Author:
Aragão Francisca Bruna Arruda,Texeira William Dutra,Batista Carlos Eduardo Mendonça,Costa Graciomar Conceição,Aragão Francisco Bruno da Silva,Santos Denise Alves,Neto Neemias Costa Duarte,Batista José Eduardo
Abstract
O sistema reprodutor feminino confere a forma em que a vagina e o colo uterino são órgãos considerados complexos, pois concentra uma quantidade considerável de bactérias aeróbias e anaeróbias denominada de microbiota natural vaginal. Tratando-se de patologias ligadas à flora vaginal, destaca-se a Vaginose Bacteriana (VB), considerada, a nível mundial, como umas das doenças responsáveis por infecção vaginal em mulheres sexualmente ativas, e em faixa etária reprodutiva, possibilitando que hormônios sexuais estejam envolvidos na sua patogênese. A G. vaginalis tem um papel fundamental no desenvolvimento de vaginose bacteriana, já que a vagina é um ambiente adequado para sua colonização, inclusive por bactérias anaeróbias estritas, que estão associadas ao quadro de VB. Objetivo: Caracterizar a relação de secreções vaginais com Gardnerella vaginalis em mulheres quilombolas. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal, a população será constituída de mulheres quilombolas, usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). As mulheres de 15 a 75 anos de idade, residentes e cadastradas nas áreas de abrangência das equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Os dados foram coletados com base no formulário de requisição de exame citopatológico, assim como foi realizada entrevista e colhidas informações pessoais e dados sociodemográficos. A pesquisa incluiu a realização do exame do colo de útero, pelo método convencional. Resultados: De um total de 140 participantes, 25% foram positivas, 44,28% é da faixa etária 31-45 anos. Na análise dos dados, encontrou-se P 0,8344. Com relação ao estado civil, o maior grupo foi o de mulheres casadas ou união estável com 75 integrantes, com P 0,2843. Em relação ao teste de Amsel, teste de Whiff e Cells, foi encontrado P <0,0001. O perfil sociodemográfico das mulheres quilombolas, encontrado neste trabalho, demonstrou maior frequência de mulheres em idade entre 31 a 45 anos, que estudaram até o ensino fundamental, que eram casadas, não etilistas e não fumantes, não podendo relacionar essas características com o câncer cervical. Conclusão: No presente estudo, foi possível detectar a alta prevalência de inflamação relacionada com a Gardnerella vaginalis, representando 25% dos exames realizados. Através deste estudo, os profissionais da saúde poderão melhor avaliar e programar estratégias de prevenção, controle e tratamento dessas infecções ginecológicas de uma maneira mais eficaz.
Publisher
Universidade Estadual de Alagoas