Abstract
No início do século, havia um consenso na comunidade internacional sobre os princípios básicos da Bioética, evidenciado pela aprovação unânime, de 191 Estados-membros, da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos na Unesco em 2005. Porém, cerca de três lustros depois, para além do populismo autoritário e da infodemia identificada pela Organização Mundial da Saúde, o mundo se deparou com a pandemia de covid-19, deixando evidente a necessidade de uma atualização desse consenso. O presente texto busca mostrar as consequências desses fatos para a Bioética e os possíveis rumos para um novo pacto bioético. Apoiado em pesquisa bibliográfica, o texto contextualiza historicamente a Bioética, com especial atenção ao já mencionado consenso internacional consolidado em 2005. Em um segundo momento, o texto aborda agressões e rupturas à ordem bioética, que diversos autores na literatura apontam como razões para a busca pela renovação do pacto bioético internacional. Segundo estes e outros autores, o novo pacto da Bioética deveria ser baseado em novos termos, com novos atores, mas mantendo-se o que a Bioética já construiu. Entre os novos atores, estão os governos, as mídias sociais, os jornalistas e, especialmente, o conjunto da sociedade. O texto chega à conclusão de que, ainda que ninguém seja capaz de oferecer certezas sobre o destino de nossa sociedade, nem quais são nossas melhores respostas bioéticas aos problemas que se colocam, é certo que a Bioética precisa ser rediscutida em função dos mais recentes desafios.
Publisher
South Florida Publishing LLC
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