DERMATOMIOSITE NA INFÂNCIA: UM DESAFIO DIAGNÓSTICO

Abstract

Introdução: Dermatomiosite é uma miopatia sistêmica autoimune de acometimento muscular, cutâneo e, conforme o indivíduo, articular, cardíaco, pulmonar e gastrointestinal.  Sabe-se que o sexo feminino é o mais afetado, em especial na idade média de 40 anos. A Dermatomiosite Juvenil (DMJ) costuma afetar principalmente crianças entre 5 e 14 anos, embora possa ocorrer em outras faixas etárias durante a infância e adolescência. As meninas têm o dobro do risco de desenvolver a DMJ em comparação com os meninos. Atualmente, o grande desafio da doença é o diagnóstico, que muitas vezes necessita de biópsia cutânea ou muscular para corroborar com a hipótese. Pode haver achados característicos na eletroneuromiografia e alterações na dosagem laboratorial de desidrogenase lática. Por fim, a terapia mais frequentemente utilizada são os corticoides. Metodologia: Trata-se de revisão sistemática de literatura acerca de quadros diagnosticados de dermatomiosite na infância. Dentre os 16 artigos levantados nas plataformas Scielo, Pubmed e nas publicações dos Anais Brasileiros de Dermatologia, 9 foram selecionados. Os descritores foram: “dermatomiosite”, “dermatomiosite na infância”, “diagnósticos dermatológicos na infância” e “doenças reumatológicas na infância”. Discussão: Para diagnosticar a DMJ, além da presença de características típicas na pele como o heliotropo e as pápulas de Gottron, são necessários três dos seguintes quatro critérios: fraqueza muscular simétrica na região próxima às articulações, aumento dos níveis sanguíneos de enzimas musculares, alterações eletromiográficas características e resultados compatíveis em biópsia muscular. Conclusão: Diante das manifestações clínicas descritas, independentemente do sexo ou da idade, é importante solicitar os exames supracitados no intuito de confirmar ou descartar a possibilidade diagnóstica de dermatomiosite. Assim, será possível promover maior cuidado e qualidade de vida aos acometidos pela doença.