Author:
Nóbrega Isabelle Martins,Dos Santos Leonardo Eterno Medeiros,De Toledo Rhaissa Alvarenga,Pereira Andressa Oliveira,Pedro Matheus Ferreira de Sena
Abstract
Introdução: O crescente uso da colonoscopia, como método diagnóstico e terapêutico, permitiu otimizar a detecção e o tratamento precoce de doenças colorretais. Devido seu emprego amplo, deve-se conhecer suas possíveis complicações para permitir um rápido diagnóstico e uma intervenção eficaz. A lesão esplênica pós colonoscopia é uma lesão rara mas potencialmente fatal, causada por tração excessiva do ligamento esplenocólico ou manipulação descuidada durante o procedimento. Relato de Caso: No caso relatado, uma paciente feminina de 71 anos apresentou, algumas horas após realização de colonoscopia de rotina para rastreio de neoplasia colorretal, quadro de dor abdominal de forte intensidade e instabilidade hemodinâmica, com necessidade de início de drogas vasoativas. Após estabilização inicial, foi realizada investigação com Tomografia Computadorizada em serviço de urgência, que evidenciou hemoperitônio e ruptura esplênica, a qual foi manejada com laparotomia exploradora seguida de esplenectomia. No intra-operatório, foi evidenciado lesão esplênica grau III, de acordo com a classificação da Associação Americana de Cirurgia do Trauma (AAST). A recuperação pós-operatória da paciente transcorreu sem intercorrências e de maneira satisfatória, recebendo alta hospitalar no segundo dia pós-operatório e com seguimento ambulatorial com a equipe cirúrgica. Discussão: Concluímos que a ruptura esplênica após a colonoscopia é uma complicação rara porém de grande prejuízo ao paciente. Apesar de poucos casos relatados, é uma patologia potencialmente fatal, devendo ser de conhecimento da equipe, investigada ativamente e prevenida sempre que possível. Uma revisão sistemática feita por Ullah et al. demonstrou que, apesar da diminuição da mortalidade após colonoscopia por complicações como sangramento e perfuração, a mortalidade por lesão esplênica após esse procedimento subiu 10% nos últimos anos, sendo 3 vezes maior com a ruptura esplênica em detrimento a outros tipos de lesões do mesmo órgão. Assim, com o número crescente de colonoscopias realizadas, é esperado que tal complicação se torne mais frequente nos próximos anos.
Publisher
South Florida Publishing LLC
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