ENTRE A OBRIGAÇÃO E O ESQUECIMENTO, UM OLHAR ATENIENSE SOBRE A GUERRA CIVIL

Abstract

Para os gregos da Idade Clássica a guerra civil (stasis), embora traumática, parecia fazer parte de um jogo cotidiano da própria política. Neste artigo buscarei organizar a partir de uma perspectiva política grega sobre a guerra civil a partir de duas leis propostas por Sólon, o ateniense, a atimia e a anistia. Tomando este ponto de partida, proporei uma retomada da leitura de Loraux e Agamben, na qual demonstra a fragilidade da leitura política que associa a gestão da família (oikonomia) à gestão do Estado (politika).  Por fim, examinarei como a consciência de Platão sobre a guerra civil serviu de fonte para o filósofo grego propor uma cidade ideal (projeto bem conhecido nas obras República e As Leis); e como esta resposta de Platão acabaria fomentando um problema tão grande quanto a própria guerra civil.