Author:
Silva Aline de Oliveira,Junqueira-Marinho Maria de Fátima
Abstract
As crianças são um dos grupos mais vulneráveis aos impactos na saúde mental da pandemia de COVID-19 devido a fatores como o nível de desenvolvimento, a dificuldade de adesão ao ensino remoto e a grande vulnerabilidade socioeconômica da população. Objetivou-se investigar o impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental de crianças segundo a perspectiva das próprias por meio de um estudo qualitativo. Foram entrevistadas 7 crianças atendidas pelo ambulatório de psicologia de uma unidade de saúde pública do Rio de Janeiro, tendo sido apontadas três categorias: “Estou desenhando o coronavírus bravo e um homem feliz, mas que morreu porque estava sem máscara”: a angústia frente à morte, “Às vezes eu sentia raiva, às vezes tristeza e às vezes tudo junto e embolado”: alterações percebidas e sentimentos despertados pela pandemia e “Eu sentia um vazio por não poder falar com as pessoas e ficar muito sozinho em casa”: as relações sociais, o sentimento de solidão e as estratégias de enfrentamento. Os resultados evidenciam a presença da morte no cotidiano e sua relação com o significado da pandemia, a presença de sentimentos como raiva, medo, tristeza e vazio e a falta do ambiente escolar e das relações sociais, e as estratégias de enfrentamento, como a brincadeira, o apoio de familiares e o contato com os amigos. Conclui-se que o protagonismo das crianças foi fundamental para uma melhor compreensão dos impactos desta para as mesmas. Sendo assim, entende-se que o estudo possibilitou o acesso aos diversos impactos que a pandemia causou na saúde mental da população infantil, contribuindo para uma melhor compreensão e assistência a esse público.
Publisher
South Florida Publishing LLC