Psicofármacos para la normalización de la infancia. O uso da Clozapina na psiquiatria infantil cubana.

Abstract

A desaparição do campo socialista e da URSS teve um impacto importante na psiquiatria cubana, que foi obrigada a modificar os fundamentos filosóficos e teórico da sua prática. A partir desse momento se iniciou uma reorientação para a psiquiatria biológica inspirada no modelo norte-americano, o que veio reforçar a prática medicalizadora que já existia. Nesse sentido, a psiquiatria infantil é um exemplo de como o modelo biomédico na psiquiatria comanda as práticas de intervenção sobre a saúde mental. Neste artigo analisamos a influência do modelo biomédico na atual psiquiatria infantil cubana, tomando como ponto de partida um trabalho apresentado por uma psiquiatra infantil cubana sobre o uso da Clozapina num evento de psiquiatria realizado na Havana em 2021. Da mesma forma, analisamos a crescente tendência do uso de drogas psicotrópicas na gestão da saúde mental naquele país caribenho, tanto por psiquiatras quanto por médicos generalistas. Os principais resultados obtidos mostram como o modelo biomédico na psiquiatria responde a um ideal de normalização da infância, mas também como, desde esse paradigma os efeitos adversos dos psicofármacos e as particularidades subjetivas dos pacientes são obviados em função de um ideal de normalidade